terça-feira, setembro 27, 2005

NARITA 010 - 2005/09/22

Prontos para o décimo voo com partida de NARITA. As boas vindas da esquipa de bordo, Olga do Vale e Sara Mendes. Todas as quintas-feiras entre as 21 e as 22 horas um olhar sobre o que se faz pelo Japão. Partida do terminal 107.9, aeroporto internacional de Tóquio, NARITA.

O destino de hoje, quinta-feira, 22 de Setembro, é um destino que nos agrada particularmente. Estamos de visita, durante uma hora, aos estúdios GHIBLI. Paragem nos filmes que nos preencheram imaginários e nos sons sem os quais fariam sentido.

Equipa de bordo: Olga do Vale e Sara Mendes.

Destino: Ghibli Studio

Quando falamos em estúdios GHIBLI falamos em animação. Herdeiros legítimos do Topcraft Studio e dos seus maiores criativos Isao Takahata e Hayao Miyazaki. Para os passageiros menos atentos, a quem estes nomes não dizem nada, lembrar-se-ão de certeza, de séries como o Tom Sawyer, Heidi ou Marco.


Em 82 o Topcraft deixa de produzir e em 85 nasce o talvez mais prestigiado estúdio de animação japonesa, capaz de competir com produtoras como a Disney, o Ghibli Studio. O nome, curiosamente, deriva do italiano, e da alcunha dada aos aviões que durante a Segunda Guerra Mundial exploravam o deserto do Sahara, cujo o significado literal era “vento quente”. A conotação pretendida por Hayao Miyazaki e pelo seu mentor, Isao Takahata, era a de que um novo vento se fazia sentir na indústria de animação japonesa. A verdade é que eles inventaram mesmo um estilo. Embora a produtora só tenha sido fundada em 85, a sua origem remonta ao ano de 83 e ao filme Kaze no tani no Naushika (Nausicaa of the Valley of Wind), baseado no manga com o mesmo nome.

Alinhamento:

1. Kaze no Tani no Naushika (Nausicaa of the Valley of Wind) - Kaze no Densetsu

2. Tenkuu no Shiro Laputa (Laputa - Castle in the Sky) - Sora Kara Futte Kita Shoujo

3. Hotaru no Haka (Grave of the Fireflies) - Setsuko to Seita
4. Tonari no Totoro - Opening Theme
5. Omoide Poro Poro - Main Theme
7. Mimi Wo Sumaseba - Violin Wo Tsukuru Shonen
8. On Your Mark - On your Mark
9. Mononoke Hime (Princess Mononoke) - Theme Song
10. Mononoke Hime (Princess Mononoke) - The Legend of Ashitaka
11. Sen to Chihiro Kamikakushi (Spirited Away) - Ano Natsuhe
12. Neko no Ongaeshi (Cats Return) - Opening Theme
13. Neko no Ongaeshi (Cats Return) - Neko no Ongaeshi
14. Hauru no Ugoku Shiro ( Howl's Moving Castle) - Baron no Uta
15. Hauru no Ugoku Shiro ( Howl's Moving Castle) - Mysterious World

Filmografia:

1983 - Kaze no tani no Naushika

Dirigida por Miyazaki e produzida por Takahata, contou com música do inevitável Joe Hisaishi, japonês oriundo de Nagano e compositor de quase todas as bandas sonoras dos filmes da Ghibli. Naushika conta uma história, passada num futuro muito distante, no qual foram criadas formas de vida artificiais, denominadas por soldados divinos, cuja força destruidora acabou com o eco sistema terrestre e com toda a civilização, numa guerra chamada “Sete dias de fogo”.

1984 – Koala Boy

1985 – Fundação do Ghibli Studio.

1986 - Tenkuu no Shiro Laputa (Laputa – Castle in the sky) – Filme criado com uma equipa toda renovada e realizado por Hayao Miyazaki. É precisamente neste filme que a paixão de Miyazaki pela aviação se começa a notar. Conta a história de Pazu, um miúdo obcecado com a ideia de voar. Cita, uma rapariga misteriosa que desceu do céu, é salva por Pazu e os dois compõem a dupla de protagonistas do filme, que contam ainda com a ajuda de uns piratas do ar, que são completamente obcecados por Laputa, uma lendária ilha flutuante e que parece ter alguma conexão com Cita.

1988 – Hotaru no Haka (Grave of the Fireflies) – Filme dirigido por Isao Takahata, que contou com um recém-chegado aos estúdios Ghibli, o talentoso Yoshifumi Kondo. Takahata neste filme com um estilo muito mais sóbrio e realista que Miyazaki. Um filme fantástico com um cenário de final da Segunda Guerra Mundial no Japão. Conta a história de dois irmãos, Seita, de 13 anos, e Setsuko, de 4 anos, que tentam sobreviver ao drama da guerra. Uma história bonita e muito emotiva, e facilmente nos faz esquecer que estamos a ver desenhos animados. A música de Joe Hisaishi acompanha na perfeição o ritmo do filme, impondo-lhe por vezes um assento mais trágico, se tal é possível.

1988 – Tonari no Totoro (My Neighbor Totoro) – Miyazaki neste filme conta a história terna de Totoro, um espírito da floresta, que Mei e Satsuki encontram numa árvore enorme que fica perto da casa nova onde vivem com o pai. Quando Mei, de apenas 4 anos, descobre que a mãe está hospitalizada e corre perigo de vida, decide sozinha ir visita-la, acabando por se perder, e é precisamente Totoro que a encontra.

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1989 – Majo no Takkyubin (Kiki’s Delivery Service) – Este foi o primeiro grande êxito comercial dos estúdios Ghibli, e mais um filme onde não ficam de fora as famosas cenas aéreas de Miyazaki. Kiki é uma aprendiz de bruxa de 13 anos, precisamente a idade na qual as pequenas bruxas devem abandonar a casa dos pais e viver um ano numa cidade onde não exista qualquer bruxa. Acaba por fixar-se numa pequena cidade perto do mar e aí começa a trabalhar num serviço de entregas ao domicílio. Uma história divertida e muito bem realizada é o que podem esperar os ouvintes.

1991 – Omoide Poro Poro (Only Yesterday) – História baseada na manga de Hotaru Okamoto e Yuke Tone, mas cuja a adaptação e direcção devemos ao fantástico Isao Takahata. Taeko é uma jovem de 27 anos que decide passar férias na quinta da avó, durante a viagem é bombardeada com várias recordações da adolescência. A música tem um papel fundamental, neste caso atribuído ao compositor japonês Katsu Hoshi.

1992- Kurenai no Butta (Porco Rosso) – Com uma animação primorosa começou por ser o projecto de uma curta-metragem para a Japan Airlines. A história tem como fundo a Itália no período da Belle Époque. Marco Pagotto é um dos melhores aviadores do exército, que abandona depois da guerra. Reaparece algum tempo depois, misteriosamente transformado num porco (antes um porco que um fascista, diz ele próprio). Um filme de heróis italianos, amores impossíveis e com muitas, muitas aventuras.

1993 – Umi ga Kikoeru (Ocean Waves) – Filme baseado no romance de Himuro Saeko, foi o primeiro dos estúdios Ghibli a não ter base numa história original, e foi o primeiro filme a não ser dirigida por Miyazaki ou Takahata. O filme acabou por ser uma prova aos novos artistas da Ghibli, aqui com uma equipa liderada pelo jovem Kazuya Kondo. O cenário é a cidade de Kochi, e conta a história de uma rapariga universitária que foi transferida de Tóquio para uma das instituições de ensino superior de Kochi.

1994 – Heisei Tanuki Gassen Pompoko – Guião e realização a cargo de Isao Takahata, ainda que a ideia do o realizar tenha partido de Miyazaki. A história é baseada num projecto de urbanização, de umas colinas perto de Tóquio, do governo japonês. As colinas que se julgavam inabitadas, eram na realidade habitadas por dois clãs de Tanuki, que posteriormente se vêem obrigados a lutar entre eles devido à escassez de comida e espaço. No entanto têm um inimigo comum: o homem. Filme com um grande impacto fora do Japão, ao qual se deveu a nomeação para um Óscar, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

1995 – Mimi Wo Sumaseba (Whisper of the Heart) – A história da amizade de Shizuku e Seiji, que se conhecem durante umas férias. Ela adora ler e ele tem o sonho de vir a ser um grande construtor de violinos, sonho ao qual os pais se opõem. Escrita por Miyazaki e realizada por Yoshifumi Kondo.

1995 – On Your Mark – Curta-metragem, de apenas 7 minutos, escrita e realizada por Hayao Miyazaki. Trata-se de um vídeo musical da banda japonesa Chage & Aske utilizado para fazer promoção dos concertos da banda. A história é passada num futuro próximo em que a humanidade se vê obrigada a viver em abrigos subterrâneos.

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1997 – Mononoke Hime (Princess Mononoke) – Realizado por Hayao Miyazaki, tornou-se até à data no maior êxito dos estúdios Ghibli. Foi até ao momento o filme com mais espectadores da história do Japão, superado posteriormente pelo filme “A Viagem de Chihiro”. A história desenrola-se durante o período feudal do Japão, período no qual as guerras pelo poder eram uma constante. O caos japonês foi ainda complementado com a aparição de armas de fogo provenientes da Europa. Esta era uma época em que ainda existiam muitas florestas virgens no Japão, e lendas que de espíritos as protegiam. A luta dos espíritos, liderados por uma rapariga criada na floresta, contra os homens é o que conta este filme, acompanhado por uma soberba banda sonora composta por Joe Hisaishi.


1999 – Tonari no Yamada-kun (My Neighbors the Yamadas) – Dirigido por Isao Takahata.


2000 – Skiti-Jitsu

2001 – Sen to Chihiro no Kamikakushi (Spirited Away) – Filme de Miyazaki, vencedor de um Óscar para Melhor Filme de Animação, e vencedor exequo de um urso de ouro no Festival de Cinema de Berlim, na categoria de melhor filme. Conta a história de Chihiro, uma criança de de 10 anos, que se vê obrigada a mudar de cidade, deixando tudo para trás. Na viagem para a nova casa, os pais enganam-se no caminho e vão dar a um misterioso túnel, aparentemente sem saída. O túnel leva-os a uma cidade fantasma onde são recebidos com um enorme banquete. A banda sonora, mais uma vez, ficou a cargo de Joe Hisaishi.

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2002 – Neko no Ongaeshi (The Cats Returns) – Sequela do “Whisper of the Heart”. Dirigido por Hiroyuki Morita. Depois de salvar um gato, uma rapariga vê-se acidentalmente comprometida com um gato príncipe e presa num mundo mágico.

2002 – Ghiblies Episode 2 – Apresentado no cinema ao mesmo tempo que “The Cats Returns”.


2004 – Innocense: Ghost in the Shell (Co-produção com Production IG).

2004 – Hauru no Ugoku Shiro (Howl’s Moving Castle) – Dirigido por Hayao Miyazaki. Uma história de amor entre uma rapariga de 18 anos, chamada Sophie, amaldiçoada por uma bruxa e condenada a ficar presa num corpo de velha, e Hauru um jovem mágico. Sob a maldição, Sophie parte à procura de uma solução e acaba no estranho castelo de Hauru. No Castelo ela conhece um demónio chamado Calcifer, que vendo que ela está amaldiçoada propõe-lhe uma troca, ela convence Hauru e liberta-lo e ele salva-a da maldição.

Aterragem conseguida apesar de toda a turbulência sentida durante a viagem. Nós por cá, e por lá, no Japão, despedimo-nos, esperando que tenham tido uma boa viagem. Para a semana estamos de volta, à mesma hora.

Sayounara

sexta-feira, setembro 16, 2005

NARITA 009 - 2005/09/15

Senhoras e senhores passageiros, por favor mantenham a calma. O vôo 009 de Narita vai entrar numa zona de turbulência, mas mantemos a rota e velocidade.

Durante a próxima hora, cruzaremos os céus sobre Merzbow, Gerogerigegege, C.C.C.C e Kazumoto Endo entre outros. O vôo segue em piloto automático até ao final desta hora. Esperamos que tenham uma boa viagem!

1. Kazumoto Endo - 02
2. Gerogerigegege - Yasukuni Jinja
3. Merzbow - Mantra 1
4. Merzbow -Untitle from Sha-mo
5. C.C.C.C- Test Tube part1
6. Hijokaidan - Bad Character, but great sounds
7. Boredoms - Special Punk King
8. Merzbow + Alec Empire - The full destroyer...
9. Gerogerigegege - Gay sex can be aids
10. Zeni Geva - Blood Sex
11. Merzbow - Untitle tape drum solo

Minnasan oyasumi nasai! ^_^

sexta-feira, setembro 09, 2005

NARITA 008 - 2005/09/08

Boa noite. Equipa de bordo desfalcada, pela falta da nossa hospedeira de bordo. Deste lado contam então com as instruções de voo de Fernando Ferreira e Olga do Vale.


Embarcamos todas as quintas-feiras pelas 21 horas. Terminal 107.9, aeroporto internacional de Tóquio, NARITA. Nesta quinta-feira, 8 de Setembro, seguimos viagem para o nosso destino: VK, Visual Key.

Equipa de Bordo: Fernando Ferreira e Olga do Vale

Destino: VK - Visual Key

O Visual Key insere-se na J-Pop, se pensarmos que J-Pop é um conceito relativo e correspondente a toda a música não tradicional japonesa. VK será não mais que um subgrupo da J-Pop, ou mais especificamente Japanese Rock (J-Rock). O movimento musical VK surgiu durante os anos 90, e o termo não se refere a algum tipo específico de sonoridade, mas ao seu significado mais imediato: o visual das bandas.

Os elementos das bandas são geralmente homens, ainda que se apresentem com um visual muito particular, conferindo-lhes o estatuto de personagens andróginas. Algumas das polaróides abaixo exemplificam na perfeição o conceito Visual Key.Maquilhagens marcadas, vestuário extravagante, remetendo-nos para os anos 80, e postura teatral em palco também fazem parte da cultura VK, maioritariamente seguida por adolescentes do sexo feminino.

Visual Key é deste modo, mais um tipo de bandas do que um estilo musical. O visual é elaborado através de muitas influências, como personagens de jogos de computador ou de séries de anime. Frequentemente estas bandas, e embora toquem J-Rock, são confundidas com bandas góticas, devido à apresentação das mesmas. No entanto o movimento gótico japonês rejeita partilhar esse estatuto com o VK, atribuindo título próprio ao cruzamento entre o visual gótico e o VK, Gothic Lolita. Não tendo este termo qualquer conotação sexual, apenas querendo remeter o conceito para uma combinação de meigo e infantil.

Alinhamento:

1. Malice Mizer – Seinar Koku Eine no Inori

Exemplo de Gotich Lolita são os primeiro passageiros de hoje, os Malice Mizer, cujo vocalista da banda é o responsável pela popularização do estilo Gothic Lolita, privilegiando as roupas de estilo vitoriano. O que começou por ser uma sub cultura no final dos anos 90 é actualmente um género popular no Japão. Malice Mizer são uma das bandas que mais influenciou o Visual Key. Formados em 1992, e compostos por 3 elementos, Yuki, Gaz e o carismático vocalista Tetsu. Eles próprios dividem a carreira em 3 eras, a Tetsu Era (1992-94), a Gackt Era (1995 – 1999), e a Klaha Era (2000 – 2001).

2. Laraine – Trailer
3. Moi Dix Mois – Perish

É o mais recente projecto de Mana, um japonês oriundo de Hiroshima e com formação em música clássica. Depois de uma incursão pelo punk e pelo indie, e inspiraoa pelo movimento Gothic Lolita e pelos Marice Mazer criou, em 2001, o projecto a solo Moi Dix Moi.

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4. Janne da Arc - Claw Mark of Maria
5. Gazette – Kazou
6. Kozi - Grottesca
7. Vidoll Vidooru - Sanga Korondai

São compostos pela dupla Rame e Tero, que se juntaram em 2002. Embora não sendo tão populares comoalguns dos passageiros anteriores, os Vidoll obtiveram um grande sucesso na Europa e Japão, pautando-se por uma sonoridade única, misturando sons melódicos com sons perturbadores, mas sempre encantadores.

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8. Laputa - Off

Os Laputa são constituídos por 4 elementos, Aki (Voz), Tomoi (Bateria), Junji (Baixo) e Kouichi (Guitarra), tocam J-rock e formaram-se em 1993. Tiveram uma carreira bastante discreta que terminou em 2000, com a edição de um best of.

9. Duel Jewel – Rain

Duel Jewel é um quinteto composto por Shun e Yuka (Guitarra), Hayato (Voz), Natsuki (Baixo) e Val (Bateria). Oriundos de Tóquio, conheceram-se e formaram-se, em 1997, durante o liceu, mantendo-se ainda em actividade. Alcançaram rapidamente o sucesso e contam com duas mãos cheias de actuações pelos EUA. Embora sejam conotados com Visual Key, têm uma identidade própria, variando o repertório entre músicas calmas, interpretadas pela voz melódica de Hayato, e os gritos estridentes do mesmo acompanhados por solos de guitarra.

10. Buck Tick – My Baby Japanese

São uma banda de J-Rock e frequentemente são conotados com o Visual Key. 25 Anos depois da sua formação, contam na bagagem com 26 álbuns editados e outro pronto com data de lançamento no final deste ano. O nome inglês foi herdado do japonês Baku Chiku e têm como líder e mentor o guitarrista Hisashi Imai.

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Com os Buck Tick terminámos a viagem de hoje. Tempo para as despedidas. Nós por cá e por lá, no Japão, regressamos para a semana no mesmo horário. Sayounara.

sexta-feira, setembro 02, 2005

NARITA 007 - 2005/09/01

Equipa de bordo completa. Seguimos viagem neste primeiro de Setembro de 2005 em novo horário. Terminal 107.9 a partir de hoje, todas as quintas-feiras das 21 às 22, com direito a replay, segundas-feiras à uma da manhã. Partida de NARITA, aeroporto internacional de Tóquio, com destino à cultura japonesa. Temperatura amena, velocidade máxima 11 músicas por hora.


Música tradicional japonesa é o destino de hoje, ao estilo línguas de fogo em japonês. A música tradicional japonesa divide-se em dois grandes grupos: art music e folk music. Estilos de música perfeitamente distintos e que surgiram em diferentes períodos da história japonesa, e que naturalmente foram sofrendo alterações com o tempo, no entanto uma coisa é comum desde sempre: de forma geral, a música vocal teve sempre um papel preponderante relativamente à música instrumental.


Paragens em instrumentos, estilos, músicas e músicos. Cintos apertados e seguimos ao ritmo da música para voltarmos depois com todas as instruções de voo.

Equipa de Bordo: Fernando Ferreira, Olga do Vale e Sara Mendes.

Destino: Música tradicional japonesa.


1. GAGAKU - inserido na art music, este estilo de música é o mais antigo, tendo surgido durante o período Heian (794-1192 DC). É um estilo de música importado de outros países asiáticos (China, Coreia, sul e sudoeste asiático) e que ao longo dos tempos foi sofrendo influências japonesas. De certo modo pode dizer-se que era um estilo de música elitista, uma vez que era conhecido e apreciado maioritariamente pela classe alta, tratando-se de música que apenas era executada na corte, em templos ou igrejas.

O estilo GAGAKU divide-se em 3 classes, música original de outros países asiáticos, música japonesa pura, e música japonesa com influência de outros países. Instrumentos típicos de GAGAKU são as harmónicas, flautas, tambores e cítaras. Este estilo de música continua a influenciar artistas japoneses actualmente.


Vamos então às classificações da GAGAKU:


1. To-gaku – Música original da China. (Instrumental)
2. Komagaku – Música original da Coreia. (Instrumental)
3. Bugaku – Música acompanhada por dança.
4. Kokufu Kabu – Música japonesa pura, instrumental e acompanhada por voz.
5. Roei – Músicas chinesas interpretadas em flauta e acompanhadas por outros instrumentos.
6. Shomyo – Música vocal.

2.NOH – Surgiu no período Kamakura (1192-1333 DC) e teve o seu auge durante o período Muromachi (1338-1573 DC), altura em que as artes teatrais foram crescendo, artes, estas, associadas à dança tradicional e à cultura do arroz. A arte NOH tinha uma grande carga dramática e associava a música NOHGAKU à dança Shimai. A interpretação ficava quase sempre a cargo de homens mascarados, actores e músicos.

NOHGAKU junta desta forma a voz aos instrumentos. A parte vocal, a UTAI, derivada dos cantos budistas SHOMYO; era interpretada pelos protagonistas e acompanhada por um coro masculino que contava a história da peça. A parte instrumental, HAYASHI, é tocada com flautas de bamboo, e três tipos de instrumentos de percussão, KO TSUZUMI, O TSUZUMI e os TAIKO.

A arte NOHGAKU começou por ser praticada, apenas, por militares e pessoas de classe alta, actualmente depois da revolução MEIJI, as classes sociais e hierarquias foram abolidas e pode ser praticada por qualquer pessoa.

3. SHAKUHACHI, KOTO AND SHAMISEN - O período Azuchi Momoyama (1573 – 1603 DC) foi o mais importante na história da música tradicional japonesa instrumental, uma vez que foi um período onde se desenvolveram vários instrumentos tradicionais japoneses.


Vamos aos instrumentos:


SHAKUHACHI – Instrumento preferido dos monges budistas, não é mais que uma flauta de bambu com certa de 55 cm de comprimento e que herdou o nome de duas antigas medidas japonesas.

KOTO – Primo direito da cítara, mas de maior dimensão e com 13 cordas. Começou por fazer parte apenas da educação de mulheres, e só elas podiam tocar KOTO. Música com direito a nome próprio: SOKYOKU.

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SHAMISEN e BIWA – São ambos instrumentos de cordas, facilmente identificáveis com guitarras, a SHAMISEN tem 3 cordas enquanto a BIWA tem 4 cordas. A SHIMESEN é utilizada no acompanhamento de peças vocais, quer se tratem de canções ou apenas narrações, além disso é muito utilizada em no acompanhamento de KABUKI, forma teatral com origem no período Edo, e de BUNRAKU, teatro japonês de marionetas.


Estes são três dos instrumentos mais utilizados na música tradicional japonesa. Além deles, podemos ainda referir os instrumentos de percussão, como o TSUZUMI e o TAIKO, que a melhor forma de o descrever é como sendo um tambor enorme suspenso, tocado ao alto e na vertical.

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4. FOLK MUSIC (MINYO) - também faz parte da música tradicional japonesa, e é originária de várias províncias do Japão. A maioria destas músicas era compostas e associadas eventos religiosos ou profissões tradicionais, como a agricultura ou pesca. Tal como as restantes vertentes da música tradicional, também a música folk japonesa evoluiu drasticamente, perdendo a associação da mesma com as tarefas do dia a dia. Tendência contrariada na região de OKINAWA, onde as músicas folk continuam a ter a função original de acompanhar os japoneses na labora diária.


A melhor folk music foi composta durante e após o período Edo, por compositores anónimos, no entanto, durante o século XX, vários compositores e poetas conhecidos se dedicaram à composição de folk music baseada no estilo tradicional, interpretada por um único cantor e acompanhada por vezes com percussão, SHAKUACHI ou SHAMISEN.

Alinhamento:

1. Etenraku - Tradicional Song (Koto + Shakuhachi)
2. Tabaruzaka - Tradicional Song (Koto + Shakuhachi)
3. Japanese Sakura - Tradicional Song (Koto + Shakuhachi)
4. Shina no Tone - Tradicional Song
5. Zoku - Tradicional Song (Taiko)
6. A Son Ja O - Tradicional Song (Taiko)
7. Jang-Gwara - Tradicional Song (Taiko)
8. Gidayu - Tradicional Song (Shamisen)
9. - Shin-nai Nagashi - Tradicional Song (Shamisen)
10. Kiyomoto - Tradicional Song (Shamisen)
11. Hachidan - Tradicional Song


Nós por cá e por lá, no Japão, regressamos para a semana no mesmo horário. Sayounara.